terça-feira, 5 de maio de 2015

Resenha: O arqueiro e a feiticeira


"Envolvido pela escuridão, Thomas não conseguiu se mexer. Uma voz clara e profunda ressoou em seus ouvidos.
- Brilho e poder semeiam morte por onde passam. O ódio os move, seres destruidores de estrelas. A esperança deve ser protegida até que o Herdeiro chegue."

Gosto muito de livros de cunho fantástico. E sempre estou de olho nas coisas que vem de fora para o mercado nacional. Mas também não posso ignorar o que é produzido por aqui. Mas depois de me decepcionar com Carolina Munhóz e suas fadas, e de me arrepender horrivelmente de entrar em contato com Raphael Draccon e seus dragões. Estava mais do que receosa sobre o que iria enfrentar lendo um livro deste tipo escrito por autores tupiniquins.
Mas felizmente o primeiro volume de A Caverna de Cristais (primeira saga fantástica em terras brazucas, e escrito por uma mulher!) me surpreendeu de maneira positiva e agradável.

A história começa contando a história de Thomas. Típico herói de sagas deste gênero. Um órfão magricelo criado no meio de andarilhos-artistas, que sofre maus-tratos do pai adotivo e só tem a irmãzinha e a mãe adotiva pra defendê-lo. Claro, ele também tem visões e poderes que ninguém entende, e um talento imenso de se meter em confusões. Como ele é muito inteligente (e inconveniente), o pai resolve levá-lo pra ser abandonado ensinado em um monastério. Onde é claro, ele passa nos testes do monge, é aceito e começa uma nova vida.

É neste monastério que ele descobre que o seu mundo não é aquele espelho das lendas do Rei Arthur que todos acreditam, mas sim um mundo pós-apocalíptico que sofre a ameaça de seres parasitas de outro planeta. E é aí que a autora peca um pouco na sua história, pois na transição de fantasia pra science fantasy, Helena meio que se perde. As coisas vão acontecendo rapidamente, diferentemente da primeira parte. E é extremamente estranho ver pessoas usando o pronome vós e ao mesmo tempo falando de seres de outro planeta e guerras químicas.

Apesar disto, o livro não é ruim, porque ele não é pretensioso como Draccon, que tenta mesclar todos os elementos e referências possíveis em uma sopa com um sabor não tão palatável. Helena Gomes escreve um livro infanto-juvenil, com uma linguagem simples, e referências que apelam ao nosso lado mais nerd, misturando Rei Arthur, Dragon Ball, e até mesmo Star Wars (eu juro que tem uma cena que é igualzinha a icônica luta entre Vader e Kenobi no fim do Episódio IV). Em seu posfácio a nova edição eletrônica do livro, a autora admite que em momento nenhum quis criar um mundo original e sim fazer uma grande homenagem a todas as histórias que ela gostava.

O primeiro volume, e mais dois contos da saga estão disponíveis gratuitamente pra download no site da Saraiva e da Amazon. E acho que a história vale uma tentativa.

2 comentários:

  1. Fantasia, brasileira e boa?! Taí, essa quero ler! Hahahahah

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    1. Pois é Fabi, dificil acreditar depois das experiências ruins que tive. Mas tirando estes dois "gigantes" da fantasia brasileira, que de gigantes não tem nada, só vendem bem. Já ouvi que Eric Novello é bem bom, tem ainda a Ana Lúcia Merege, Melissa de Sá, Karen Alvares, Eduardo Spohr dizem que não é ruim. Ainda há esperança. :D

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